Conselho Tutelar de Madureira sem banheiro Foto: Divulgação
Duas salas no Hospital Psiquiátrico Pedro II, no Engenho de Dentro. Esse é o espaço que cabe ao Conselho Tutelar do Méier. Crianças dos 23 bairros atendidas por esta unidade (incluindo o Complexo do Alemão) circulam por ali em meio a pacientes da clínica.
A situação foi flagrada em uma vistoria da Comissão da Criança da Câmara dos Vereadores, ontem. A entrada e a saída de pessoas não tinha controle algum: não havia fiscal no portão, que separava os órgãos. E quem precisava entrar em uma unidade da Secretaria Municipal de Assistência Social — também instalada no hospital — precisava passar por dentro do Conselho Tutelar. Isso tudo acontecia sem o olhar dos profissionais responsáveis: uma das duas conselheiras plantonistas não tinha comparecido ao expediente.
Balde no banheiro
No Conselho Tutelar de Madureira, localizado em Irajá, um cartaz assinado pelos conselheiros anunciava a situação de abandono: “Por estarmos em condições precárias, só atendemos emergências”.
— As crianças vêm aqui e não têm banheiro para usar. Tivemos que colocar um baldinho para servir de descarga — reclama o conselheiro Jucélio Oliveira, que acrescenta: — Atendemos 40 casos por dia.
Nas paredes, rachaduras causadas por mofo e problemas na fiação elétrica preocupam os funcionários.
— Pode dar um curto-circuito — diz Jucélio.
Sem lanche
Segundo os conselheiros de Madureira, as crianças estão sem receber lanche. A ONG contratada pela Prefeitura para fazer remessas mensais fez a última entrega no dia 17 de fevereiro.
— A gente dava cinco ou seis kits, porque vinha muito pouco lanche, e as crianças estavam mortas de fome. Agora não podemos dar nada. Quando abrigamos a criança, temos que dividir a nossa própria comida — conta uma funcionária da unidade.
Em nota, a Secretaria Municipal de Assistência Social afirmou que vai começar a resolver os problemas identificados pela Comissão num prazo de 15 dias. O órgão justificou que está em processo seletivo para a troca de convênios.
Para o vereador Tio Carlos, da Comissão da Criança, a situação não muda:
— Estive aqui ano passado e era a mesma coisa. Falta vontade política.
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